Lembras-te do tempo em que choveste a noite inteira,
uma tempestade furiosa longe dos meus braços.
Recordas a altura exacta em que a ilha afundou,
e ninguém a quis agarrar?
Lembras-te do momento em que as árvores caíram?
A madeira arrombou as paredes,
naquele som que acordaria os mortos.
Mas ninguém se importou sequer em acordar.
Alguém se perdeu por isto
Alguém se perdeu por um abraço.
Imaginas ainda o tempo em que o céu escureceu?
Esperei por ti, deitado na areia.
E só parecia haver o som do mar furioso,
e ninguém a estender-me os braços.
Alguém se perdeu por isto
Alguém se perdeu
por um abraço,
um abraço,
só por um abraço.
Casimiro Teixeira - 2012
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