Avançar para o conteúdo principal

Sou o homem invisível.


Encontrei-te por acaso hoje, e fui incapaz de ter perder,
trazias o mundo nas mãos, e por descuido, nem percebi.
Só tive olhos para ti, e, nem quis saber do resto.
Desenhei teu corpo no ar, com estas mãos que tanto amam,
e escrevi-te um poema, com os olhos que só a ti, te querem ver.
E nem que deixasses cair o mundo que trazias, eu morreria ali.
Terá sido tão casual esta entrega a que me presto,
que nem pressenti o apocalipse, dos muros que sobre mim desabam?

Não, não foi... Eu já sei. Eu não estou, não existo...
E não existo senão para te saber por perto.
Que não existo já sei, pois vejo boiar a inércia do meu ser,
e do tudo inútil que sou, só o olhar persiste, sem fim,
Neste mar calmo de marés onde insensato eu resisto, eu persisto,
em manter esse mesmo olhar sempre desperto.
Encontrei-te à toa, à ventura do teu próprio querer,
Mas peço-te: não me encontres tu, não me vejas tu a mim!

Casimiro Teixeira
2012









Comentários

Mensagens populares deste blogue

A queda de um anjo triste.

Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci

António Ramos Rosa, in "O Grito Claro" (1958)

Três!

  Fui e sempre serei um ' geek '! - Cresci com o universo marvel nas revistas que lia em um quase arrebatamento do espírito em crescimento. O mesmo aconteceu-me com " Star Wars" , e com praticamente todos os bons  franchises que me animassem a vontade.  Quando este universo em particular, ( marvel ), surgiu finalmente em forma de cinema, exultei-me, obviamente. Mais ainda quando tudo se foi compondo em uma determinação de lhe incutir um percurso coordenado e sensato. Aquilo que ficou conhecido como MCU (Marvel Cinematic Universe). A interacção pareceu-me perfeita. Eles faziam os filmes e eu deliciava-me com os mesmos. Isto decorreu pelo que foi denominado por fases. As 4 primeiras atingiram-me os nervos certos e agarraram-me de tal maneira que mormente uma falha aqui ou ali, não me predispus a matar o amor que lhes tive. Foi uma espécie de idílio, até a DISNEY flectir os músculos financeiros que arrebanhou sabe-se lá como, e começar a comprar tudo o que faz um '