Um grande momento, que tardará a fugir-me da memória, pois, na vida, contam-se os momentos e não os dias. O magnífico Ruben Fonseca a declamar um soneto do Camões, na abertura da 13ª edição das Correntes de Escritas, na Póvoa de Varzim.
Foi com este pequeno presente que ele agradeceu o prémio Correntes/Casino da Póvoa:
Busque Amor novas artes, novo engenhoPara matar-me, e novas esquivanças,Que mal me tirará o que eu não tenhoQue não pode tirar-me as esperanças,Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças! Que não temo contrastes nem mudanças, Andando em bravo mar, perdido o lenho.Mas, enquanto não pode haver desgosto Onde esperança falta, lá me escondeAmor um mal, que mata e não se vê,Que dias há que na alma me tem posto Um não sei quê, que nasce não sei onde,Vem não sei como e dói não sei porquê.Luís de Camões
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