Avançar para o conteúdo principal

O Vazio



Separados
desde o início,
Ainda anseio estar contigo.
Submersos em momentos de silêncio.
Mas foi o vazio
quem me saudou,
não tu.
Foi o vazio.
O vazio todo.

Nada saciado.
Nada cumprido.


Durmo sonos inquietos
onde não entram sonhos,
e sinto o meu corpo árido, em branco.
sozinho nesse vácuo.
 
O desconhecido em mim quer ver,
a dura realidade,
a minha paixão intocada, clara,
busca ansiosa os teus olhos, mas,
encontra-os sempre vazios!

Sei agora o que é desespero.
desespero indefeso e sujo,
que não te mostro,
que te escondo nestas palavras. 
Para que não sintas o sal das minhas lágrimas.

E o mais estranho é,
que o vazio nunca se some,
desaparece,
morre!
O vazio tem fome,
de estar vivo.

Eu não te mostro, descansa! 
Olhei em tempos,
para um amor metafórico
mas não mais,

Nunca.

Casimiro Teixeira
1988

Aos amores que já lá foram...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A queda de um anjo triste.

Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci...

Acerca de Anderson's...

Hollywood é um gigantesco cadinho demente de fumos e fogos fátuos. Ali se fundem todos os sonhos e pesadelos possíveis de se imaginar.  Senão, atentem, como mero exercício, neste trio de realizadores, que, por falta de melhor expressão que defina o interesse ou a natureza relevante deste post, decidi chamar-lhes apenas de os " Anderson's ". Cada um mais díspar que o outro, e contudo, todos " Anderson's ", e abundantemente prolíficos e criativos dentro dos seus géneros. Acho fascinante, daí querer escrever sobre eles e, no mais comum torpe da embriaguez, tentar encontrar alguma similitude entre eles, além do apelido; " Anderson ". Começarei por ordem prima de grandeza, na minha opinião, e é esta que para aqui interessa, não fosse este um blogue intrinsecamente pessoal onde explano tudo e mais qualquer coisa que me apeteça. Sendo assim, a ordem será do melhor para o pior destes " Anderson's ".  O melhor : Wes Anderson .  O do meio : Pau...