Olhei hoje, por baixo da camisa,
e aí vi, uma ferida na carne.
Larga, vasta e profunda.
Nesse sítio, uma linda flor crescia.
Hoje, e agora, e durante todo o dia.
Virei-me a mostrar a ferida ao espelho,
e já não era eu, mas sim um velho.
e a ferida só por si,
dar-me-ia toda a força de que precisava,
Hoje, e agora e durante todo o tempo,
em que nem a vi.
Estou certo da sua coragem e dor,
enquanto crescia e fosse crescendo,
e de novo da ferida, uma flor nascia,
de algures, além do profundo devir.
Agora e já, e durante todo o dia.
Flores belas que crescem com calma,
em canteiros de feridas que levamos para sempre,
e que agora, já e para sempre,
serão aquilo que chamamos de alma.
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