És uma flor que cresce da parede gretada,
perdida entre o feto a hera e a gesta,
colho-te mansamente dessa curta fresta
onde infeliz estás tu atada.
Trago-te, tonto e sem jeito,
enrolada no calor imenso deste peito,
a ti, delicada e bela que és,
minha flor silvestre, meu sonho de tudo o que virá.
Perdido, perdido, ando eu, no rastejar,
de um chão que nem sei se existe.
Perdida, perdida, anda a vontade,
a força de espírito, que por vezes parece que desiste.
Em mim, em mim (Tiná)
e anseio, anseio por esse teu olhar cheiroso de flor,
que tudo me traz de volta,
esse olhar, ah esse olhar de amor.
É por isso, só por isso que eu sei,
embora olhe para ti menos vezes do que já olhei,
nesta vergonha,
sim, nesta repugnante vergonha,
que me corta a artéria da vida, inundando-a de peçonha,
e nada mais me resta,
que estas palavras pra ti ó minha flor,
palavras nem sei bem de quê. De dor?
De Amor?
Pois eu estou cego, sou aquele que não vê.
Mas por ti, por ti eu tento,
e se ao menos,
em algum momento,
deste obscuro verso,
eu te conhecesse a ti, e tu a mim,
este poema, acabaria,
aqui e assim,
e eu saberia,
o segredo do Universo!
Porque tu existes.
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