Eis-me ao lado
do centro do assombro.
Aqui não se distingue o calor
de ser queimado ou de se ser fogo
é um outro nome
mero rumor.
Por fora, na rua, só rumoreja
um estranho canto de acendalha
que incendeia o poema verdadeiro.
Que assim seja
uma torre sem paredes
que se levanta. Sem paredes nem tecto
nem chão... um agulheiro
só de marcas de carmim
e sangue onde calha.
Sangue vulnerável aos desejos
mais profundos da noite.
Porque o fogo não se dá ao trabalho de não o ser
é crepuscular, assim.
E, cá dentro fujo para que
finja
que não sou mais feito de cinza.
Deixa os sorrisos, as promessas e os beijos,
traz-me antes o líquido da primeira nuvem
que passar pelos teus olhos.
Suspeito da leveza que atinja
estas minhas asas de suspensão.
Esta noite queimou-se lá fora o meu fim
para não ser mais o que não posso.
Sempre me ensinaram que o sangue
nunca será mais do que é.
É o que sou,
o que
Sempre me ensinaram que o sangue
nunca será mais do que é.
É o que sou,
o que
jamais serei será fogo
escrevendo com o corpo
escrevendo com o corpo
jamais.
não!
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