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O que dormia à janela



Chamem-me do que quiserem, pouco já me importo com os epítetos que me lavrem os "grandes aviões" lá de cima, do ar rarefeito.
Todas as antigas comédias continuam a progredir pelas mesmas avenidas dos grandes palcos comuns.
Se me submeto a um e qualquer escrutínio, é porque sei que, de uma ponta a outra, onde se reune toda a multidão incivilizada, existem igualmente os sempre desprendidos de todos os maneirismos da glória, os reais, aqueles que são a carne que me alimenta a vontade.
Podia muito bem dizer que só me interessam os leitores e editores deste mundo, mas não, não digo! Em qualquer corredor negro que caminhe ou possa vir a caminhar, encontro sempre o maravilhoso, acompanhado à flauta e ao piano, longínquas ilhas de mansidão e apreço, gente boa sem outra manobra de anfiteatro que não seja a crença indivisível.
Isto é tão bom! Encontrar aves de mistério onde o vento melhor as sopra, e acolhe-las por aqui, onde as posso melhor receber. É como um daqueles sonhos de menino que continuo a ter sentado em frente à janela. No fim, é tudo pelo melhor.


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