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Mãe.



Ó Deus Altivo, que desdenhei, e que tanto me desdenhas,
hoje voa plácida uma alma pura,
na direcção do teu regaço.
Recebe-a, com o carinho que cá deixou,
trata-a com a mesma graça que ela tem,
coloca-a no mais alto pedestral que aí tenhas.
Esse belo espírito, é o amor que ainda cá perdura,
acolhe-a no teu mais quente abraço,
no mesmo, igual, aquele que eu lhe dou,
que eu lhe dei, Meu Deus, num abraço final de filho e Mãe.
Tendo caminhado erguida por este mundo,
nada menos ela merece do que o tudo que lhe deres.
Essa alma, que aí chega, ó Deus tão imenso,
foi das maiores que aqui tivemos,
neste lugar perdido que nos legaste, que nós matamos, lentamente,
neste lugar onde ainda assim, prosseguimos avante.
Deste impuro monte de desgraças ela se ergueu do fundo,
 E neste destroço de nada, serei o que quiseres,
se me disseres para perder, eu não venço,
diz-me apenas, promete-me só que nos vemos
novamente, engana-me, mente!
Pois a dor da sua ausência nunca está distante.

Casimiro Teixeira
2005

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