"Os poetas são bons
depois de mortos, cantam-nos,
como se lhes exumassem os corpos
da sepultura
e lambessem as cicatrizes
que cada poema lhes infringiu
em vida. os ossos estalam
sob o jugo
da leviandade, a mesma
com que a calvície os atingiu
em plena idade da fortuna
e agora se demora
entre a fome dos bichos
e das ladainhas e das velhinhas
a uma rima qualquer. como se
as alminhas penassem agora
pela ausência
de até carpideiras nas cerimónias
fúnebres."
Helder Magalhães
"Dista um Palmo a Amplitude do Peso que Suportas"
Edição de Autor
2014
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