- Transcrito a partir de texto recebido por e-mail -
"A condenação ficcional de Humberto Crica vale como expiação simbólica da "culpa humana" pelo desperdício do tempo de vida e a consequente apatia moderna que nos destrói lentamente. Ele (o Humberto) não pode ser deste tempo veloz de agora, mas, na verdade, muitos de nós também não o queremos ser.
A sua perplexidade face ao mundo "real" onde se enquadra, tão genuína quanto desastrosa, ilumina a enorme distância que medeia entre a responsabilidade individual de se insurgir contra si mesmo, e a culpa colectiva, de lhe assistirmos à morte anunciada. A sua inércia, de algum modo ilumina-nos para não lhe repetirmos os erros. É o grande valor deste livro, mais até que o chavão do flagelo do Cancro.
Entre o significado prático e instrumental da sua vida desperdiçada, a condenação natural da justiça e os tortuosos meandros da consciência, do amor, e da subjetividade. Humberto redime-nos a todos. É esta redenção que faz este um grande livro. Muito bom para se ler. Aconselho."
Luis Abraão Varela
leitor de:
(Corre! - Miro Teixeira - Versbrava Editora - 2015)
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