Avançar para o conteúdo principal

Os magníficos Cépticos


Há que se adorar os cépticos, esses personagens comuns desta comédia humana que todos conhecemos. Sempre atormentados, cheios de raiva, alguns até levados ao histerismo descontrolado, da sua própria linha dura, podem se tornar irascíveis em breves instâncias, mas, vistos à luz de um quotidiano anormal que não conseguem controlar, no fundo são abnóxios ao que os rodeia, fabulosos indivíduos inofensivos, que apenas gostam de falar muito e de usar muitos adjectivos naquilo que dizem. Não fazem mal a ninguém. Acabam todos num esquecimento inevitável, obcecados com um futuro que não creem, e só se atrevem a imaginar.
Perturbadores e até hilariantes, por vezes, eles são incapazes de conter os seus próprios desejos falhados, explodem no verbo da sua crise constante, irrealizada, desconcertada pela falta de crença em tudo, até neles mesmos. Vêem doença, podridão e crise por todo o lado, em explosivos ambientes de constantes conspirações. O que é muito chato. Acontece que, se não existissem, acabaria a discussão pertinente de tudo. Sem haver quem ponha em causa, não existe causa, só anuência cega. Sim, os cépticos, é preciso estimá-los muito.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

A queda de um anjo triste.

Desafogados brilhos desta existência, quis olhar em frente, e vi somente escuro. Escuro, escória, lixo, lama e penetrante breu. Quis seguir em frente e não mo permitiram. Quis marcar presença, caí, e fui banido. Quis viver, e fui marcado a fogo com o rótulo do nada. Malditas palavras que me acendem esta vivência, pudera eu ser livre, e não viver por trás deste muro. Ser vento, ou poeira, e correr solto pelo esplendor deste céu. Malditas palavras que de mim emergiram, ainda mal as proferia, e já as via, abafadas em seu ruído, como se fossem pássaros, abatidos em revoada. Como eu mesmo, abatido assim, em tenra idade. Mas sosseguem, pois sou coisa irritante que insiste em não morrer. Malogrado pela estupidez do desprezo, sou, ainda assim, Homem! Homem! Homem... Estou vivo, e não desabo. Desafogado percurso que ainda mal começa, não verás teu fim nesta desdita amordaçada. Quis dizer o que quis, e não me faltou a vontade. Mais fáci

António Ramos Rosa, in "O Grito Claro" (1958)

Três!

  Fui e sempre serei um ' geek '! - Cresci com o universo marvel nas revistas que lia em um quase arrebatamento do espírito em crescimento. O mesmo aconteceu-me com " Star Wars" , e com praticamente todos os bons  franchises que me animassem a vontade.  Quando este universo em particular, ( marvel ), surgiu finalmente em forma de cinema, exultei-me, obviamente. Mais ainda quando tudo se foi compondo em uma determinação de lhe incutir um percurso coordenado e sensato. Aquilo que ficou conhecido como MCU (Marvel Cinematic Universe). A interacção pareceu-me perfeita. Eles faziam os filmes e eu deliciava-me com os mesmos. Isto decorreu pelo que foi denominado por fases. As 4 primeiras atingiram-me os nervos certos e agarraram-me de tal maneira que mormente uma falha aqui ou ali, não me predispus a matar o amor que lhes tive. Foi uma espécie de idílio, até a DISNEY flectir os músculos financeiros que arrebanhou sabe-se lá como, e começar a comprar tudo o que faz um '